Por Sebastião Mansur Kaé
Diretor financeiro da Santa Casa de Pelotas

A cada final de ano a história se repete, criamos expectativas e fizemos planejamentos para o ano que vai começar, seja relacionado a cuidados pessoais, saúde, amor, entre outros. No universo financeiro, não é diferente, porém o planejamento deve começar no mínimo dois anos antes.

Você já ouviu falar em colchão financeiro? Eu vou explicar! Quando decido começar meu planejamento financeiro preciso ter em mente que o primeiro ano será para construir minha base, ou seja, se eu já tenho uma receita recorrente (salário), ela deve ser direcionada para o pagamento das minhas despesas recorrentes e, se for possível, dessa receita eu devo separar uma parte para despesas eventuais que pode ser através de uma aplicação. Isso eu chamo de colchão financeiro!

Quando o nosso caixa é extremamente justo, devemos obrigatoriamente buscar uma redução das despesas e para que isso aconteça é necessário fazer uma avaliação da nossa rotina e dos nossos hábitos, colocando no papel todos os gastos e avaliando se é possível cortar algum deles. Além dessa avaliação, também é importante buscar alternativas para aumentar a receita, seja buscando uma nova fonte de renda ou produzindo mais no emprego atual, pois assim será possível ter a sustentabilidade financeira para realizar novos projetos.

Quando falo sobre começar o planejamento com no mínimo dois anos baseio-me na forma como eu administro a minha vida financeira a partir dos meus objetivos, mas claro que a organização deve ser reflexo do sonho de cada pessoa, seja a aquisição de um imóvel, um carro, uma viagem, os estudos, enfim... Percebam que o tamanho do nosso comprometimento depende diretamente do tamanho do nosso objetivo.

No meu caso eu já fiz e continuo a fazer projetos individuais com a minha "grana". Com muito foco, trabalho, abdicação e pensamentos positivos, conquistei, depois de anos, minha tão sonhada casa na praia. Hoje meus planos já acontecem de uma forma mais leve, pois estou aposentado e meus filhos já são independentes, mas se quero trocar de carro, por exemplo, primeiramente penso para quando eu quero e a partir dessa definição eu começo um novo ciclo com foco no objetivo.

Finalizo minha contribuição dizendo que para fazer um planejamento financeiro, primeiramente eu preciso entender onde estou e onde quero chegar e a partir daí devo manter o foco no objetivo que tracei, sabendo que em alguns momentos talvez eu passe por certas dificuldades, medos, incertezas, mas nunca esquecendo que o propósito está logo ali e que valerá apena. Que tal começar agora?